Fora de portas, Chicago também fascina. A cidade tem um grande espólio de edifícios e é conhecida pela sua arquitetura moderna (como viram aqui), mas há também muito para ver nos parques e as praças da cidade – a chamada arte em espaços públicos. Ora vejam abaixo…

1. Picasso na Daley Plaza

Foi com uma obra de Picasso que Chicago começou a sua tradição de arte em espaços públicos. Em 1967 foi inaugurada na Daley Plaza uma escultura cubista de 15 metros de altura de Pablo Picasso, sendo que esta é uma das obras de arte pública mais antigas da cidade.

Na Daley Plaza acontecem vários eventos ao longo do ano, como concertos, feiras e celebrações: quer seja o mercado de agricultores no verão, as festas de Halloween ou o Mercado de Natal. Mas o pão nosso de cada dia são mesmo as crianças e os turistas a darem uso à escultura como de escorrega.

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2. Joan Miró no edifício da Cook County Administration

Aconchegadinho no meio do edifício da Cook County Administration, encontra-se um escultura do catalão Joan Miró.

Feita de bronze, pedra, ferro e cerâmica, a forma faz-nos lembrar uma mulher, com uma esfera no centro, que simboliza a lua. A cabeça assemelha-se a um garfo, e consta que simboliza uma estrela, com raios disparados em direção ao céu.

Pois.

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3. As 4 Estações de Chagall no edifício da Chase Building

Chagall é cor. Chagall é movimento. E eu gosto do Chagall.

Além dos vitrais lindos que estão no museu Art Institute of Chicago, o pintor quis marcar o espaço público de Chicago. Mais precisamente, dos jardins do edifício do Chase Bank, um local onde os engravatados dos escritórios costumam ir almoçar ou esticar as pernas. Aqui, nos dias de verão, existem também concertos ao ar livre.

The Four Seasons” de Marc Chagall representa 6 cenas da vida em Chicago em mil e uma cores. Representando a vida humana e sua evolução física e espiritual, estes mosaicos com aves, peixes, flores e sóis foram transferidos de França, onde o pintor viveu. Depois da chegada a Chicago, Chagall continuou a trabalhar no mosaico, moldando-o à cidade.

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4. O Flamingo de Alexander Calder na Federal Plaza

Rodeado de edifícios bastante sóbrios, como o U.S. Post Office, a obra de Alexander Calder sobressai na Federal Plaza. Até porque é de um vermelho bem vivo.

Em forma de âncora, o “Flamingo“tem 16 metros de altura, e foi construído em 1973. Atrevo-me a dizer que esta obra, por cá, seria pomposamente colocada numa qualquer rotunda. Quiçá Albufeira. Quiçá Torres Novas.

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5. Os mosaicos de Roger Brown

No centro do distrito financeiro de Chicago, ergue-se o Chicago Board of Trade, o mercado de futuros e de opções mais antigo do mundo. Imponente, é também um dos edifícios mais emblemáticos da cidade, com a fachada em estilo art deco.

Um dos mosaicos do edifício pertence a Roger Brown, que representa a fuga de Dédalo e Ícaro, personagens mitológicas gregas que fogem de um labirinto-prisão, construindo asas para si próprios.

Simbolizando a criatividade, a liberdade e a superação das limitações, tenho para mim que associar estes valores ao expoente máximo do capitalismo só podia ser ideia dos americanos…

Mas claro que também nos lembramos do que acontece a seguir na narrativa desta cena mitológica. Na “Queda de Ícaro“, o deslumbramento com o poder e a liberdade das asas faz com que Ícaro ignore os avisos do pai, se aproxime demasiado do Sol e acabe por morrer. Curiosamente, também consigo fazer analogias entre esta cena e o edifício onde os mosaicos se encontram…

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6. A escultura de Jean Dubuffet no James R. Thompson Center

Com cores de Snoopy,a escultura de Jean Dubuffet foi instalada em 1984, em frente do James R. Thompson Center.

Apelidada de “Monument with Standing Beast“, a escultura tem formas que podem sugerir um animal sentado, uma árvore, ou um portal. Ou pode simplesmente ser uma forma arquitectónica completamente abstrata.

Eu voto na última. Mas, de qualquer forma, esta não ganha ao Flamingo encarnado…

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7. Homenagem a Irv Kupcinet por Preston Jackson

Pronto, deixemo-nos de arte abstrata. A estátua de bronze de Preston Jackson é uma homenagem a Irv Kupcinet, colunista e apresentador televisivo, falecido em 2003.

Localizada perto da Irv Kupcinet Memorial Bridge, a figura dá as boas-vindas a quem venha da Michigan Avenue.

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8. Cloud Gate no Millenium Park

O Millenium Park, construído em 2004 sobre uma ferrovia, é um parque feito para as pessoas, com espaços ao ar livre como oJay Pritzker Pavilion (com concertos gratuitos durante o verão), o Lurie Garden e a BP Pedestrian Bridge.

Tem também peças de arte pública como a Crown Fountain (uma”fonte” em luzes LED de Jaume Plensa feita com fotografias de locais) e as Boeing Galeries (um espaço para exposições ao ar livre).

Provavelmente, o elemento mais conhecido do parque é a “Cloud Gate“, ou feijão, como chamam os locais. Criado por Anish Kapoor, pesa mais do que 110 toneladas e todo ele é espelho.

As melhores selfies são tiradas aqui, acreditem.

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9. Os leões de Edward Kemeys

O Art Institute of Chicago não tem apenas arte no interior. À porta do edifício, virados para a Michigan Avenue, estão o leões de Edward Kemeys desde 1894.

OK, não são a obra pública mais interessante do mundo. Mas são um símbolo da cidade, e são decorados quando há eventos importantes, ou simplesmente quando uma das equipas de desporto de Chicago está a ganhar.

… GO CUBS!

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Vejam aqui onde é que cada escultura ou instalação pode ser encontrada no centro de Chicago. Leiam também a Tour de Arquitetura em Chicago, o meu primeiro dia e o meu segundo dia na cidade.

Outros temas: Como Nova York está Organizada e Roteiro de 1 Mês nos Estados Unidos.

Se gostaram mesmo deste tema, façam download do Guia Oficial de Arte Pública de Chicago. Acompanhem também o Facebook do Contramapa.

Chamo-me Diana.Gosto de ler, gosto de escrever e tenho ganho o gosto de viajar. Decidi juntar as histórias acumuladas neste espaço e chamei-lhe Contramapa. Porque nas contracapas dos meus livros existe sempre um mapa, um sítio onde ir, um local a descobrir. Aqui podem conhecer as minhas histórias e viagens em livro aberto.

14replies
  1. Fábio Mendes
    Fábio Mendessays:

    Muito legal o post. Não sabia que Chicago tinha esse perfil e tradição de grandes obras de arte ao ar livre. Com exceção do já clássico Cloud Gate, desconhecia as demais. Um ótimo texto para guardar para uma viagem à cidade!

    Responder

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