Corria o ano de 2013 quando marquei o meu primeiro voo de longo curso. O destino seria Bangkok e a viagem 3 semanas pelo Sudeste Asiático, entre a Tailândia, Camboja e Vietname. Um plano de viagem ambicioso, como qualquer primeira imersão no continente asiático.
Contudo, o que eu não sabia quando marquei o voo é que a experiência iria começar muitas horas antes de eu aterrar na capital tailandesa. Tendo escolhido a Lufthansa para voar, saí de Lisboa a meio da tarde, com destino a Frankfurt, o grande hub da companhia alemã. Chegámos ao início da noite, e com uma precisão germânica, tivemos de esperar muito pouco para entrar no voo seguinte, que nos levaria a Bangkok.
Junto à porta de embarque, já se respirava um clima internacional. Pessoas de diferentes nacionalidades aguardavam o início do embarque com um misto de cansaço e excitação. Tal como eu, muitos outros passageiros tinham acabado de chegar de outros pontos da Europa e mal podiam esperar por aterrar em Bangkok para começarem as suas longas viagens. Havia passageiros que estavam praticamente de pijama, com uma almofada debaixo do braço. Eu, na altura ainda principiante no mundo das viagens de longo curso, tinha escolhido umas skinny jeans para viajar e começava a arrepender-me muito dessa decisão.
Quando começou o embarque, tive a primeira grande surpresa da minha viagem. O avião que me iria levar ao outro lado do mundo era um Airbus 380, a aeronave de passageiros maior e mais pesada do mundo. Com um comprimento de 73 metros e uma altura de 24 metros, na Lufthansa tem uma capacidade para 509 passageiros, divididos entre as diferentes classes. Pesa nada mais nada menos do que 500 toneladas, atingindo uma velocidade de 900 km/h. Um autêntico monstro dos céus.
Composto por dois andares, esta é a principal diferença que os passageiros notam ao embarcar. Não estando à espera, fiquei embasbacada à entrada do avião ao ver a escada em espiral que levaria ao segundo piso da aeronave.
Se voarem num A380 da Lufthansa, não se esqueçam de que há também lugares da Classe Económica no piso de cima, que podem escolher durante o check-in. Normalmente, os pisos de cima dos A380 são exclusivamente dedicados às classes superiores de voo, mas na Lufthansa existem 35 lugares no piso de cima, mais sossegados e com mais espaço (a disposição é 2x4x2 em vez do tradicional 3x4x3).
Eu, continuei pelo corredor do piso inferior até chegar ao meu lugar. A aeronave é tão grande que não senti a habitual leve sensação de claustrofobia ao instalar-me. Ao sentar-me, encontrei um cobertor, uma almofada e uma venda para os olhos. E muitas opções de entretenimento. As traseiras de cada assento têm um ecrã individual touchscreen para que cada passageiro possa selecionar o que pode ver, entre várias séries, filmes, documentários e outros programas. Existe até uma entrada USB para quem queira carregar o telemóvel ou levar as suas próprias escolhas de entretenimento. Para mim não seria necessário, porque havia muito por onde escolher, mas é uma ótima opção para cinéfilos mais exigentes, já que no catálogo da Lufthansa encontramos principalmente blockbusters, comédias românticas, filmes de ação e animação.
Ainda estava eu tentar decidir que filme iria ver, quando começa a descolagem. Estava à espera de sentir bastante a velocidade e o motor do avião, mas a verdade é que foi tudo muito silencioso. E a descolagem em si foi muito suave, praticamente nem senti o A380 a sair da pista. Talvez pela sua dimensão, o avião terá mais estabilidade. A verdade é que durante o voo, não senti turbulência praticamente nenhuma.
Pouco tempo depois de o voo estabilizar, é-nos oferecido uma bebida de boas vindas e um snack. Mais tarde, uma toalha para limparmos as mãos e duas opções de refeição: normal ou vegetariana. As companhias aéreas não são conhecidas pela excelência da refeição, mas achei muito positivo terem duas opções. Optei pela massa vegetariana, acima do esperado daquilo que normalmente encontramos a 11.000 metros de altitude.
Depois da refeição as luzes apagam-se, num convite ao sono. São mais 6 horas em Bangkok e é urgente ajustar o horário. Consigo descansar durante o voo e só abro os olhos pouco mais de uma hora antes de aterragem. É tempo de ir à casa-de-banho e esticar as pernas.
Pouco tempo depois, as luzes do avião voltam a acender-se. É-nos servido o pequeno-almoço que, além de pão e manteiga, incluía ovos mexidos, fruta e feijão. O reforço de energia necessário para chegar a um novo continente.
A aterragem foi tão suave como a descolagem, reforçando a minha teoria da estabilidade. Quase sem dar por isso, começámos a pairar sobre a capital tailandesa e a aproximar-nos do aeroporto de Suvarnabhumi. Estávamos no início da tarde, a humidade entrava-me pelos poros e assim começava a minha primeira aventura pelo continente asiático.
Diana:
Ante todo disculpa que utilice el castellano, pues aunque leo sin dificultad el portugués no sabría escribirlo.
Me encanta el artículo. Simplemente quería decirte que tiene una errata (descomunal) en cuanto al peso del Airbus A380, que supera en el despegue las 500 toneladas, por si quieres corregirlo.
Un abrazo
Manolo Bustabad Rapa
Corrigido 🙂
Também já fiz essa viagem e adorei
Ahhhh que curioso! E que sorte! Sempre tive vontade de voar em um A380!