Central Park Nova Iorque

Nem tudo e um conto de fadas numa viagem. Durante 1 mes nos Estados Unidos houve momentos em que quisemos chorar, gritar e arrancar cabelos (os nossos, ou os de outras pessoas). Houve momentos de vergonha alheia e vergonha bem menos alheia. E momentos em que nao ha nada a fazer e rir e mesmo o unico remedio… Eu escolhi 5 dessas perolas, so para que possam partilhar comigo esses tesourinhos.

1) Requinte na Gastronomia norte-americana

Ao longo da viagem, tentamos sempre informar-nos antes de entrar num restaurante, por isso em termos de paparoca, nao ha nenhum tesourinho a assinalar. Menos mal.

Mas uma mencao honrosa devera ser feita ao momento em que sucumbimos ao estilo de vida norte-americano. Foi ele quando, contra tudo aquilo em que acredito, fui tomar pequeno almoco ao Burger King as 9 horas da matina. Hamburguer, batatas fritas e refrigerante pela fresquinha, sim. E so para nao restarem duvidas, matamos o assunto com um gelado de Oreo.

(Mas notem que, para surpresa nossa, nao fomos, de longe, as unicas pessoas aquela hora no dito estabelecimento… E nenhuma delas estava la pelo cafe. Ah pois e!)

2) Mapa Mundo ou O Belo do Estereotipo norte-americano

Conhecemos pessoas fantasticas durante a viagem. Gente simpatica que nos fez sentir em casa a milhares de quilometros de casa. Mas tenho de admitir. Geografia nao e o forte dos norte-americanos. Este e um exepto de uma conversa que tivemos com um casal super simpatico que conhecemos em Flagstaff.

– De onde sao?

– Portugal.

– Ah, que giro. Sempre quis visitar o Machu Pitchu.

Oi?

Para que conste, ao longo da nossa viagem, a nossa estrategia de apresentacao passou de “somos de Portugal”, para “somos de um pais ao pe da Espanha”, e, finalmente, para “somos da Europa”. E, mesmo assim, para jogar pelo seguro, aprendemos a matar logo a conversa da nacionalidade por ali, para nao criar silencios constrangedores.

3) Bons Sonhos em Nova Orleaes

Ora muito bem, tinhamos nos aterrado em Nova Orleaes, exaustos de ter partido de madrugada de Chicago. Corremos para o nosso hostel para descarregar a tralha e quica fechar um bocadinho os olhos durante a manha. E chegamos ao India Hostel.

Apesar de termos chegado bem proximos das 11h, ainda nao tinhamos quarto para nos e portanto ficamos a descansar no hall de entrada. Por enquanto, tudo bem. Deu-nos a fome e descobrimos que dentro do hostel havia um cozinheiro a vender pequenos-almocos. Perfeito, pensamos nos.

Mas quando olhamos para as frigideiras cheias de oleo e ferrugem, comecamos a ter as nossas duvidas em relacao aquele hostel… La pedimos uns ovos mexidos com vegetais, e rezamos que nada daquilo tivesse envenenado. E que o suposto cozinheiro – que, para terror da ASAE, cozinhava com a mesma mao que recebia o dinheiro – nao nos disse nem um bom dia e atirou-nos com o prato para o balcao como se fosse um boomerang.

Pensamos que a tortura tinha acabado quando engolimos o pequeno-almoco e conseguimos fazer check in. E que ate nos disseram que tinhamos sorte porque o nosso quarto tinha acabado de ser renovado. Claro que descobrimos que o “renovado” queria dizer que tinha um cheiro a tinta insuportavel e que o unico movel do quarto era um beliche…

“OK, tudo bem. Pelo menos nao ha bichos” pensei, com o meu otimismo inabalavel. Mas qual nao foi o meu espanto quando acordei da sesta e descobri que tinhamos as malas ensopadas. E que Nova Orleaes sofre de um clima tropical pautado por belas chuvadas, e o nosso quarto, num anexo nas traseiras da casa-hostel, nao conseguiu resistir…

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Oh para ele, cheio de estilo a preparar-nos o pequeno-almoco…

4) Mas… eu nao posso dormir aqui?

Os Estados Unidos e um pais caro. O alojamento e caro. Os hoteis dos Parques Naturais sao muito caros.

Posto isto, decidimos utilizar a SUV que alugamos a saida de Amarillo para dormir. Acontece que em alguns estados dormir dentro do carro num espaco publico e… digamos que ilegal.

Sabiamos do risco, mas, mesmo assim, compramos um colchao insuflavel a medida e acabamos por dormir no carro algumas noites. Nos Parques Naturais, impecavel. Apenas tivemos de alugar um espaco de campismo.

Quando rumamos a California decidimos aventurar-nos… E numa noite la andamos mais de uma hora a procura de um bairro residencial onde pudessemos encostar o carro para dormir sem que ninguem nos visse. Acabamos por encontrar um beco sem saida cheio de vivendas, bem escondidinho. Mas passamos metade da noite com um olho aberto, a pensar que a qualquer hora poderia aparecer um policia de lanterna em punho.

5) Couchsurf… ou couchlove?

OK, esta nao deveria ser referida sequer, ate porque sou fa da comunidade couchsurfing e do espirito de aventura e partilha desta especie de rede social. Mas, em minha defesa, nao teve nada a ver com a couchsurfer que nos recebeu… Mais com a colega de quarto.

Depois de um dia a conduzir, chegamos a Durango e deitamo-nos cedo, exaustos da viagem. A nossa anfitria, super simpatica, tambem estava para la de cansada, foi dormir e deixou-nos a vontade na sala.

La nos deitamos no sofa a pensar que iriamos ter uma noite santa, mas acordamos de madrugada com uns barulhos muito estranhos. E nao e que estava a acontecer praticamente um acto sexual no meio da sala… onde nos estavamos a dormir que nem pedras?

Fizemos barulho, tossimos, mexemo-nos ate que elas (sim, elas) la decidiram ir para o quarto continuar a celebracao do amor. Mas o isolamento da casa nao era la grande coisa e ouvia-se tao bem no quarto como na sala…

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Chamo-me Diana.Gosto de ler, gosto de escrever e tenho ganho o gosto de viajar. Decidi juntar as historias acumuladas neste espaco e chamei-lhe Contramapa. Porque nas contracapas dos meus livros existe sempre um mapa, um sitio onde ir, um local a descobrir. Aqui podem conhecer as minhas historias e viagens em livro aberto.

4replies
  1. Catarina
    Catarinasays:

    Confesso que nao sei se tinha estômago para comer um menu completo do Burger King logo pela manha…

    Ja tinha ouvido que, de facto, os americanos nao eram muitos bons a geografia. Nos paises onde estive, as pessoas sabiam sempre +/- onde era Portugal. No leste da Europa em particular, ficavam genuinamente contentes e espantadas, e comecam a dizer os nomes de varios dos nossos jogadores de futebol.

    Por vezes ha hostels que sao uma surpresa desagradavel… Mas pronto, temos de nos saber adaptar. Nunca estive em nenhum que me fizesse dizer “nao, eu nao consigo dormir aqui”. Como fizeram em relacao as malas ensopadas? Nao se estragou nada? Ainda nao experimentei couchsurfing, mas um dia espero faze-lo. Mesmo que acontecam coisas dessas ���

    Responder
    • Diana
      Dianasays:

      Sim eles nao sao mesmo bons a geografia. Mas se pensarmos bem, ate pode ser relativo. Eu, por exemplo, nao sei de cor o nome de todos os Estados americanos e antes deste viagem nao os sabia localizar no mapa. ���

      Em relacao as malas, nao tivemos grande remedio… pusemos a arejar e lavamos parte dela na lavandaria… hehe nada de grave! ���

      O couchsurfing recomendo mesmo! Apesar desta experiencia menos boa, fizemos tambem em Chicago, Washington, Sao Francisco…. e correu sempre 5 estrelas e encontramos pessoas maravilhosas. E mesmo uma forma diferente de viajar e um dia destes tenho de dedicar um post completo a isso! hihi

      Responder

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