O nome Oktoberfest não deixa ninguém indiferente. É um daqueles itens que está na bucket list de toda a gente, nem que seja só para saber como é que é. Se realmente corresponde ao mito de infinitos litros de cerveja servidos por mulheres lindíssimas com decotes tão vertiginosos como as bebedeiras às 6 da tarde.
Este ano estavam reunidas as condições perfeitas para me aventurar no Oktoberfest porque estou a viver em Milão e tenho um amigo, o Miguel, a viver em Munique. Só me faltava o transporte e um Dirndl, um modelito tradicional da Baviera composto por uma micro-camisa, um vestido e um avental. O primeiro, acabou por ser um autocarro da Flixbus, o segundo encomendei no Lidl.
Às 6 da manhã, depois de 7.5 horas de viagem num autocarro completamente cheio de festivaleiros, cheguei a Munique. A cidade tem algo muito especial e deixa-me sempre completamente desorientada na primeira meia hora. Cada vez que lá vou ou escolho o caminho mais longo ou vou em sentido contrário! Quando finalmente percebi para que lado é que tinha de ir, o sol já estava a nascer e a irradiar uma luz cor-de-rosa pela cidade.
Explorar cidades ao nascer do sol vai começar a estar na minha lista de prioridades. Não há vivalma nas ruas e a luz é perfeita.
A horas mais decentes apanhei o comboio para casa do Miguel, que vive basicamente no campo, e onde trabalha com outros tugas em engenharia aeroespacial. Depois de uma power nap e de perceber que os Dirndl foram feitos para rainhas do século XVII, que não podiam respirar nos seus corpetes, estava quase pronta para enfrentar o festival!
Todos aperaltados e cheios de salada de batata, salsichas, pretzels e cerveja, que nem uns alemães, fomos finalmente para o Oktoberfest. Sendo o último fim-de-semana do festival, não podia estar mais cheio. Felizmente, o Miguel já sabia os truques todos e levou-nos para a tenda Hacker-Pschorr, a melhor, segundo ele.
Pelos vistos há toda uma estratégia para garantir que ficamos bem instalados no festival. Existem várias tendas gigantes no recinto do Oktoberfest. Cada uma delas está atribuída a uma marca de cerveja e existem mesas no interior, cujas reservas ficam fechadas meses antes do festival começar. Contudo, como os turnos das mesas reservadas trocam às 15:00 ou 15:30, nessa altura as portas das tendas voltam a abrir-se. É nessa altura que se pode tentar arranjar uma mesa com um espacinho, fazer olhinhos às pessoas que a estão a ocupar e pedir se nos podemos juntar. Foi bastante fácil, mas eles já estavam calejados!
O resto é espectáculo! Cada caneca é um litro de cerveja, que eu demorei horas a beber, e precisava de duas mãos para a agarrar. Fala-se com pessoas bêbadas de todo o mundo, as tendas têm música ao vivo com êxitos antigos, novos e alemães e, portanto, bebe-se, canta-se e dança-se sem parar. A única música que têm obrigatoriamente de aprender é:
Ein Prosit, ein Prosit
Der Gemütlichkeit
Ein Prosit, ein Prosit
Der Gemütlichkeit.
OANS! ZWOA! DREI! G’SUFFA!
Não é difícil decorar. Passa a cada 15 minutos para anunciar um brinde: Prost, o tchin-tchin dos alemães.
No total são 14 tendas, um parque de diversões e montes de bancas de comida e lembranças, que juntam 7.5 milhões de visitantes em 3 semanas. Uma experiência inesquecível! É difícil de descrever o espírito do Oktoberfest. É como um mundo à parte. Durante as 8 horas que passámos dentro daquela tenda, foi como se não existisse mais nada. E essa é a magia do Oktoberfest.
Prost e até pró ano!
Dicas para o Oktoberfest
Aluguer de mesa
Se tiverem um grupo grande, a partir de 6 ou 7 pessoas, e quiserem garantir uma mesa a melhor opção é reservá-la. Só é possível reservar mesas inteiras (10 lugares) e cada mesa custa cerca de 300€. Podem encontrar um guia muito útil e completo sobre como marcar mesa aqui.
Casas de banho
Muito melhor do que estava à espera! A tenda estava completamente cheia e a fila para a casa de banho não demorava mais de 5 minutos. E estavam limpas! O mais importante sobre ir e voltar da casa de banho é decorar a fila em que os teus amigos estão para não ficarem meia horas às voltas perdidos num mar de gente como eu.
Tendas
Existem 14 tendas mas só 6 marcas de cerveja têm licença para vender no Oktoberfest. Como já disse, nós acabámos na Hacker Pschorr, uma das maiores, com música ao vivo e apelidada pelos alemães de Himmel der Bayern (Paraíso dos Bávaros). A tenda Hofbräuhaus é a mais famosa para os turistas, lá encontram pessoas de todo o mundo. Podem encontrar uma pequena descrição sobre cada tenda aqui. As cervejas custam cerca de 12/13€ cada e só podem pedir quando arranjarem uma mesa. O festival em si é gratuito.
Quando ir
Se quiserem evitar o caos total e ter uma hipótese de encontrar uma mesa facilmente, devem ir nas primeiras semanas do festival e a dias de semana. Se forem, ao fim de semana tentem ir cedo (antes da hora de almoço).
Alojamento e Transportes
Os preços tendem a aumentar exponencialmente durante as semanas do Oktoberfest, por isso aconselho a marcarem tudo com bastante antecedência, quer seja o alojamento, quer seja o voo ou outro transporte. Vejam os Alojamentos em Munique. Eu tive a sorte de estar a viver num sítio “perto” por isso a minha viagem de ida e volta de autocarro ficou a cerca de 80€ (caríssimo para a Flixbus) e o alojamento foi patrocinado pelo Miguel!
Comprar o Dirndl e os Lederhosen
Se quiserem viver o Oktoberfest a 100% têm que ter um fato tradicional! Vão-se destacar se não o tiverem. Estes fatos são caríssimos e nós, como tugas que somos, fomos pela opção mais barata. O Lidl! O Lidl online na Alemanha tem fatos para homens e mulheres e suponho que possam enviar por correio para vossa casa. Na Amazon e Ebay também conseguem encontrar qualquer coisa. Um conselho para as mulheres: eu comprei o número 36 e foi algo difícil de respirar lá dentro!
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Gente, é MUITO cheio, né? hahah
Gostei das dicas, nunca tinha pensado na organizaçao que é pra ir, reservar mesa e esses detalhes BEM importantes! 🙂
Bjs
Muito mesmo. Se pensares em ir para o ano, planeia bem a viagem!
Pelos vistos a Oktoberfest está de boa saúde e recomenda-se!
Prost!