Melgaço é o município mais setentrional português. Norte mais norte não há. E é cheio de surpresas e coisas boas. Tem um pé no Parque Nacional da Peneda-Gerês e engloba a belíssima vila de Castro Laboreiro. É terra do bem-afamado alvarinho, de cabrito e de presunto. Venham descobrir o que visitar em Melgaço com estes 10 locais a não perder.

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O que visitar em Melgaço

1 – Castelo de Melgaço

O primeiro ponto a visitar em Melgaço é o Castelo, erigido em 1170 por ordem de D. Afonso Henriques. Ao longo dos séculos, a fortificação manteve a sua importância, tendo sido adaptado no século XVII. Hoje, sobrevivem as muralhas do castelo, de entrada gratuita. Para subir à Torre de Menagem e apreciar a vista panorâmica sobre a vila e o rio Minho é preciso pagar 1 euro, mas vale a pena.

Encerra à segunda-feira, e nos seguintes dias festivos: domingo de Páscoa, 24, 25 e 31 de dezembro e 1 de janeiro. Horário: das 10h00 às 12h30 e das 14h30 às 19h00 no verão e das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h00 no inverno.

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2 – Solar do Alvarinho

Localizado num edifício histórico da vila, neste local já funcionou o tribunal e prisão de Melgaço. Hoje, esta é a casa que dá a provar aos visitantes a casta de vinho verde alvarinho. As provas de vinho são gratuitas e no piso inferior existe uma pequena loja com produtos regionais e um bar onde podem continuar a experienciar o alvarinho por vossa conta.

O Solar do Alvarinho está aberto todos os dias da semana. Encerra nos seguintes dias festivos: domingo de Páscoa, 24, 25 e 31 de dezembro e 1 de janeiro. Horário: das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 20h00.

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3 – Igreja Matriz de Melgaço

Localizada junto a uma das portas do castelo de Melgaço, é fácil dar de caras com a Igreja Matriz da vila, que costuma estar aberta ao público. Erigida no século XII, foi alvo de diversas remodelações ao longo dos séculos. O elemento de maior destaque é o retábulo da capela lateral esquerda, que data de finais do século XVI.

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4 – Museu de Cinema Jean Loup Passek

O falecido cineasta francês Jean Loup Passek apaixonou-se por Melgaço e assim começou uma ligação frutífera entre a vila minhota e a sétima arte. O resultado mais palpável desta relação é o Museu de Cinema de Melgaço, que expõe a coleção pessoal do cineasta, entretanto doada ao Município de Melgaço. Inaugurado em 2005 em pleno centro da vila, por aqui podemos percorrer a história do cinema através de peças únicas, desde o tempo das lanternas mágicas até às salas de cinema modernas.

Os cinéfilos vão talvez querer visitar Melgaço durante o Festival Filmes do Homem, que decorre anualmente no início de Agosto e se dedica ao género Documentário.

O Museu de Cinema de Melgaço encerra à segunda-feira e nos seguintes dias festivos: domingo de Páscoa, 24 e 25 de dezembro e 1 de janeiro. Horário: das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 no verão ou às 17h00 no inverno. O custo de entrada é 1 euro, 0,50 cêntimos para estudantes.

5 – Espaço Memória e Fronteira

Dedicado à história recente do concelho relacionada com emigração e contrabando, este espaço percorre os diversos momentos relacionados com a vida do emigrante, num retrato social da vila na década de 1960 e 1970.

O Espaço Memória e Fronteira encerra à segunda-feira e nos seguintes dias festivos: domingo de Páscoa, 24 e 25 de dezembro e 1 de janeiro. Horário: das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 no verão ou às 17h00 no inverno. O custo de entrada é 1 euro, 0,50 cêntimos para estudantes.

6 – Quintas de Melgaço

As Quintas de Melgaço permitem uma imersão mais profunda no vinho verde minhoto. Fundadas por um ex-emigrante que regressou do Brasil abastado e com vontade de dar a conhecer a casta alvarinho, as Quintas de Melgaço produzem algum do melhor vinho verde da região. Aqui é possível realizar uma prova de vinhos acompanhada e visitar as instalações de forma a ficar a conhecer o processo de produção do vinho.

Na prova de vinhos a que assisti tive a oportunidade de conhecer o Alvarinho QM, o best-selling da casa, fresco e acessível, o Torre de Menagem, um vinho que junta as castas alvarinho e trajadura e que é bastante mais leve, e o Alvarinho QM Vinhas Velhas, bastante mais intenso e complexo, já que é produzido com uvas de vinhas com mais de 20 anos. Para o final, foi-nos apresentado algo completamente diferente: o Alvarinho QM Vindima Tardia, produzido com uvas colhidas tardiamente (tipicamente, em dezembro). Nunca tinha provado nada do género e fiquei bastante surpreendida: é bastante doce e utilizado principalmente como aperitivo.

Do catálogo das Quintas de Melgaço fiquei apenas com pena de não ter experimentado o Alvarinho QM Super Reserva, já que estava esgotado. Este espumante foi recentemente elegido um dos 50 melhores do mundo pela Wine Pleasures.

As provas de vinho nas Quintas de Melgaço funcionam de segunda à sexta das 9h00 às 17h00, mas é necessário agendar previamente. Poderão ser feitas visitas durante o fim-de-semana, dependendo da disponibilidade. As provas são gratuitas para grupos até 6 pessoas. Para marcações deverão contactar: +351 251 410 020 ou juliana.saojoao@quintasdemelgaco.pt.

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7 – Termas de Melgaço

A 10 minutos de carro do centro de Melgaço, encontra-se o histórico Parque Termal do Peso. Fundadas no século XIX, as estâncias termais foram recentemente requalificadas e merecem uma visita, não só pelas propriedades das águas termais, mas também pela beleza natural do parque adjacente e pelo património arquitectónico.

Aprendi na minha última ao Japão que as termas não são só para o segmento sénior e, sinceramente, fiquei fã do conceito. Não há melhor forma de relaxar do que passar umas horas entre uma sauna e uma piscina de águas termais quentes. Não só depuramos o corpo, como exorcizamos o stress do nosso quotidiano.

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Ora bem, as Termas de Melgaço, com o conceito “vida em pleno”, oferecem não só tratamentos específicos para certas patologias, mas também cuidados de beleza, bem-estar e relaxamento, como massagens, drenagens e aulas de ioga. Eu estive por lá uma tarde e vim de energias completamente restabelecidas.

As Termas de Melgaço estão abertas todos os dias, das 9h30 às 19h30 no verão ou 18h30 no inverno. Não é necessário qualquer reserva para aceder aos banhos. O circuito termal tem um custo de 6,90 € pra 1 hora, com acesso à piscina termal, à sauna e ao banho turco. As crianças até aos 12 anos têm 50% de desconto.

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8 – Castro Laboreiro

Pertencente ao município de Melgaço, a vila de Castro Laboreiro fica já no Parque Nacional da Peneda-Gerês e é de visita obrigatória na região. As magníficas ruínas do castelo ficam localizadas num planalto e têm uma vista privilegiada sobre a Serra da Peneda. Nas imediações existe também um conjunto de belas pontes de herança romana, algumas delas continuam ainda hoje de pé, como a Ponte Nova. Na região de Castro Laboreiro existem ainda gravuras rupestres e cerca de 62 monumentos funerários.

Junto à vila, as cascatas de Castro Laboreiro são também um ponto a visitar em Melgaço. Agitadas e acidentadas, são facilmente acessíveis, mas só os mais corajosos vão querer mergulhar…

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9 – Branda da Aveleira

Para mim, a Branda da Aveleira foi a grande surpresa que tive no município de Melgaço. É uma aldeia parada no tempo onde o alcatrão não comeu a estrada e tudo é feito de pedra. Neste local isolado às portas do Parque Nacional da Peneda-Gerês não se ouvem motores de carros e o dia é passado a apreciar a paisagem circundante, onde é comum os bovinos e os cavalos atravessarem as ruas sem pastor à vista. No centro do pequeno conjunto de casas de granito há um pequeno curso de água que forma uma lagoa junto à ponte, o que torna o local ainda mais idílico.

Este é seguramente um local onde quero regressar!

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E porque é que este local se manteve tão bem preservado? As brandas são pequenas aldeias que os pastores utilizavam apenas no verão nesta região do Alto Minho, de forma a garantir o pasto para os animais em terras mais altas. Durante esta altura do ano, os rebanhos subiam as montanhas e os pastores ocupavam estas residências de montanha de Maio a Outubro. Durante o inverno, desciam para as terras baixas e ocupavam as aldeias inverneiras, mais quentes e menos expostas ao clima rigoroso da montanha.

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Com a melhoria das vias de comunicação e a modernização da agricultura, as brandas deixaram de ser necessárias e começaram a ser abandonadas. Contudo, na Branda da Aveleira foi criado um projeto turístico que recuperou parte das casas, mantendo a sua traça original, mas adaptando-as ao conforto moderno. Quer seja no pico do inverno, onde tudo está coberto de neve, ou em pleno verão, onde tudo é verde e fresco, este local mantém a aura de outros tempos.

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10 – Igreja do antigo Mosteiro de Fiães

Localizado a 10 minutos de carro de Melgaço, o Mosteiro de Fiães foi construído no século XII. Apesar de hoje apenas sobreviver a igreja, podemos observar a belíssima fachada com 4 contrafortes, 3 imagens cristãs e um imponente pórtico. O interior conserva os capitéis românicos e a abóboda de berço partida da estrutura original. A igreja costuma abrir apenas para cerimónias religiosas e missas.

Dicas para visitar Melgaço

  • Festa do Alvarinho e Fumeiro – O que é que uma pessoa pode querer mais do que vinho e enchidos? Ora bem, esta festa decorre em abril e inclui muitas provas enólogas e gastronómicas gratuitas. A vila enche-se, portanto, reservem alojamento atempadamente em Melgaço.
  • Rota do Alvarinho – Desenhada nos municípios de Melgaço e Monção, a Rota do Alvarinho percorre as várias adegas que produzem vinho verde a partir desta casta. Caso estejam mais tempo na região, é uma atividade a ponderar.
  • Melgaço em Festa – Com um programa bastante eclético, as festas da vila decorrem nas duas primeiras semanas de agosto e incluem concertos, bailes, espectáculos de teatro e o festival de cinema Filmes do Homem.
  • Lampreia do Rio Minho – Se visitarem Melgaço nos primeiros meses do ano, terão de provar esta iguaria. Primeiro estranha-se, depois entranha-se. Há vários restaurantes aderentes nos seis municípios do vale do Minho: Melgaço, Monção, Caminha, Paredes de Coura, Valença e Vila Nova da Cerveira.
  • Festa do Espumante – O espumante é cada vez mais apreciado e não apenas em momentos de celebração. Esta festa decorre em Melgaço em novembro e inclui provas, show cooking e música ao vivo.
  • Turismo de Natureza – Caso visitem Melgaço com mais tempo, existem inúmeros percursos pedestres e património natural a ser explorado. Eu tirei uma manhã para fazer o trilho de Sistelo à Branda da Aveleira (cerca de 11kms), mas existem muitas outras opções.

 

O que comer / Restaurantes em Melgaço

Uma lista com o que visitar em Melgaço não fica completa sem uma incursão na gastronomia minhota. O produto regional mais popular é o vinho verde alvarinho, contudo existem outras iguarias que vale a pena experimentar.

Destacam-se, por exemplo, os produtos de fumeiro, como os presuntos e enchidos. O mel de Melgaço é outros dos produtos regionais. Eu pude-de prová-lo diretamente de um favo de mel de abelha buckfast, um produto regional que não é industrializado. Caso queiram provar, procurem pelo Mel do Zé quando estiverem por Melgaço. Os queijos, os doces e as compotas são outros dos produtos desta região do Alto Minho.

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Em Melgaço visitei o restaurante Adega do Sabino, onde me rendi ao bom cabrito e aos enchidos. Em Castro Laboreiro, estive no Miradouro do Castelo, onde provei uma belo naco de novilho e o bucho doce. Na Branda da Aveleira estive pelo Brandeiro, com uma vista única e um belo cozido à portuguesa.

Onde Ficar / Alojamento em Melgaço

A visitar Melgaço, fiquei alojada na Branda da Aveleira. Adorei ficar numa das casas de granito da aldeia e recomendo muito, especialmente para quem queira aproveitar o turismo de natureza e evadir-se para um pequeno refúgio de montanha.

As casas, apesar do aspecto rústico, estão equipadas com lareira, aquecimento central e com electrodomésticos na cozinha, como microondas, frigorífico, forno e placa elétrica. Os confortos modernos não faltam e na nossa casa tínhamos até um pequeno jardim com uma rede na árvore para ficar a apreciar a paisagem.

Contudo, se preferirem locais mais acessíveis e com comércio, existem vários alojamentos na vila de Melgaço ou em Castro Laboreiro.

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Se gostaram do artigo sobre o que visitar em Melgaço, acompanhem o Contramapa no Facebook, Twitter e Instagram. Caso queriam algo mais detalhado, conheçam os Roteiros Personalizados do Contramapa. Leiam também o artigo sobre os Trilhos e Cascatas no Gerês e os Monumentos e povoações no Gerês.

Chamo-me Diana.Gosto de ler, gosto de escrever e tenho ganho o gosto de viajar. Decidi juntar as histórias acumuladas neste espaço e chamei-lhe Contramapa. Porque nas contracapas dos meus livros existe sempre um mapa, um sítio onde ir, um local a descobrir. Aqui podem conhecer as minhas histórias e viagens em livro aberto.

11replies
  1. Tina Wells
    Tina Wellssays:

    Vinho, presunto, cabrito, mel, vistas lindas, termas, museu de cinema e muita história… Pronto! Estou convencida de que vale a pena visitar Melgaço! Dicas ótimas e fotos maravilhosas!

    Responder
  2. Gil Sousa
    Gil Sousasays:

    Portugal de facto tem cantos bem bonitos e com muito para fazer. Do Norte conheço muito pouco, mas é uma das zonas pelas quais mais me apaixono quando visito, tanta diversidade de paisagens e cultura. Melgaço fica na lista para a próxima visita!

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  3. Pedro Henriques
    Pedro Henriquessays:

    Olá Diana! Conheço muito bem Melgaço mas confesso que publicaste alguns locais que ainda não visitei. Gostei muito da forma como estruturaste este artigo e é bom divulgarmos sobretudo o que é nosso, o Portugal profundo. Fico satisfeito, sendo eu um minhoto de gema, de partilhares estes locais. Bom ano!

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  4. Patricia Câmara
    Patricia Câmarasays:

    Portugal é assim fantástico. Melgaço é só mais um cantinho deste pequeno grande país que visitamos sempre que podemos. Adoramos o Minho e adoramos Trás os Montes, como tal são frequentemente eleitos para uma pequena viagem de mota. Obrigado pela partilha

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  5. Robba Caravieri
    Robba Caravierisays:

    Adorei o texto! Estou indo pra Portugal agora em março e com certeza quero conhecer esse lugar! As suas fotos da matéria estão incríveis, parabéns! Feliz 2018 cheio de viagens e novidades pra vocês dividirem com a gente!

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  6. Mário
    Máriosays:

    Incrível Norte mais a Norte não há. Enfim continuam a desprezar o ponto mais a Norte. Não estudou a lição toda. Visitou Melgaço e não foi ao sítio onde começa Portugal. Bem assim vai ter que voltar a Melgaço.

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  7. Manuel Augusto Nunes Silva
    Manuel Augusto Nunes Silvasays:

    Sim gostei muito de Melgaço, depois de um torneio de Boccia fomos dormir a pousada da Juventude, fomos bem atendidos, mas a rua mal iluminada a pessoa da recepção poucas informações sabia dar, como não conhecíamos a cidade andamos 1 hora para encontrar um café aberto as 23 horas
    No outro dia um grande amigo IVO MOREIRA, nos deu todas as dicas

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