Visitei Sintra há pouco tempo e deixo aqui as minhas sugestões derestaurantes em Sintra. A meia hora de Lisboa, Sintra tornou-se a primeira cidade europeia classificada como Património Mundial da UNESCO pela sua paisagem cultural.
Hoje, mais do que 20 anos volvidos sobre essa classificação, a vila recebe mais visitantes do que nunca. E não apenas pelos belos palácios e pela majestosa serra. Também pela gastronomia.
Restaurante Tascantiga
O restaurante Tascantiga abriu as portas no verão de 2016, trazendo o kitsch tradicional português para o centro histórico da vila de Sintra. O espaço, cheio de cor e decorado com mesas e cadeiras rústicas, é composto por um salão bastante iluminado e uma esplanada com uma vista privilegiada para o Castelo dos Mouros e para o Palácio da Vila. Num dia limpo, conseguimos, até, avistar a praia das Maçãs.
Uma das surpresas no ambiente deste restaurante em Sintra é a simpatia de quem nos serve. Renan, um verdadeiro apaixonado pela gastronomia nacional, aparenta conhecer todos os bons recantos de Lisboa e arredores, mostrando o mesmo empenho pelo que nos apresenta. Vai-nos fazendo a introdução aos petiscos, com o devido detalhe, fazendo-nos mergulhar de cabeça na ementa.
A Refeição
Como o próprio nome indica, o conceito do Tascantiga gira em torno das tapas e petiscos. Num verdadeiro hino à gastronomia portuguesa, a carta é variada, adaptando-se de acordo com a estação do ano. Os petiscos são os esperados, mas confeccionados com uma mestria e dedicação especial.
O primeiro que experimentámos foi o queimado de queijo de cabra com doce de tomate. Uma combinação perfeita de sabores e de textura: o queijo quente muito cremoso, com uma consistência tipo mousse, juntava-se perfeitamente ao doce de tomate queimado e crocante.
Depois, fomos para algo mais leve: laminas de polvo à lagareiro. Cozido e, depois, grelhado, a confecção realça o sabor deste prato. Por cima, a cebola caramelizada e a salsa dão-lhe um toque especial.
Passamos, depois, para um petisco mais pesado: as bochechas de porco confitadas. Cozinhadas a baixa temperatura na própria gordura, estavam macias e envolvidas em cogumelos.
Para terminar, pedimos dois meios pregos. O primeiro, de atum em bolo do caco com tinta de choco. Mal passado e com um pequeno toque de picante, é uma opção muito leve. O segundo foi um prego tradicional com compota de cebola e queijo da serra, uma opção perfeita para os mais gulosos.
Para terminar, ficou, sem dúvida o vencedor de toda a refeição. Foi-nos servido um petit gateau de abóbora com gelado de requeijão. No ponto do doce, esta é uma combinação tradicional (e perfeita!) de sabores, mas apresentada de uma forma inovadora e muito pouco usual na gastronomia. Revelou-se uma aposta ganha, e esta sobremesa entrou diretamente para o meu top pessoal.
Preços e Reservas
Uma refeição completa no Tascantiga tem um custo de 18€ por pessoa. O espaço tem uma lotação de cerca de 60 lugares no interior e 12 lugares na esplanada. Para uma experiência plena deste restaurante em Sintra, recomendo que façam a reserva com antecedência e peçam uma mesa na esplanada no verão. As reservas podem ser realizadas para o +351 219 243 242 ou através do e-mail tascantiga@gmail.com.
O espaço encerra ao domingo. De segunda a quinta funciona das 12h às 18h, sexta e sábado está aberto até às 22h00.
Restaurantes em Sintra – Localização da Tascantiga
Fica localizado junto à Fonte da Pipa. Escadinhas da Fonte da Pipa, 2-4, Sintra
Restaurante Bacalhau na Vila
Com grande afluência de turistas e locais, principalmente ao fim-de-semana, há muito que Sintra pedia um restaurante especializado em bacalhau. Inaugurado em Julho de 2017, o Bacalhau na Vila veio precisamente responder a essa necessidade, compondo uma ementa quase inteiramente dedicada ao peixe preferido dos portugueses.
Ao entrarmos no restaurante, encontramos um espaço simples assente em cores marítimas: azul e branco. A forma do bacalhau dá o mote à decoração e podemos encontrá-la nas paredes, nos quadros e nas cerâmicas. Esta não podia deixar de ser a imagem de marca do espaço e a louça encontra-se, até, à venda.
A Refeição
Quem me conhece, sabe que não sou a maior fã de bacalhau. Acho que a forma como é servido tradicionalmente em Portugal o torna demasiado seco e salgado, e desde criança que me recuso a comê-lo no Natal. Encarei, por isso, com algumas resistências a carta do Bacalhau na Vila, mas no final da refeição estava já completamente rendida a esta forma inovadora (e saborosa) de confeccionar bacalhau.
A carta está dividida entre as tapas e os petiscos e os pratos principais. Como queríamos experimentar várias coisas, optámos pelo menu de degustação.
Os primeiros petiscos que nos serviram eram muito leves e frescos e fizeram-me descobrir um outro bacalhau. Foi o caso das finíssimas de bacalhau com chutney de manga. Frescas e doces, fiquei desde logo rendida a esta nova forma de apresentar este peixe tão tradicional português.
Depois, seguiu-se uma salada de ovas com cebola roxa e as espinhetas, um ceviche de bacalhau com cebola roxa, vinagrete e tomilho. Dois petiscos muito sofisticados com uma apresentação impecável.
De seguida, os sabores evoluíram e foi-nos apresentado o primeiro (e muito guloso) petisco quente: finas de bacalhau fritas. A mini espetada de bacalhau com chutnet de manga e pimentos, dando um travo exótico à refeição. Mesmo sendo frito, o bacalhau não fica gorduroso. O hambúrguer de bacalhau em bolo do caco fechou esta parte da ementa mais cosmopolita.
Para o final, estavam guardados os petiscos mais convencionais. Primeiro, o estufado de grão em línguas de bacalhau. Bem condimentado e com um sabor forte, a pimenta preta é utilizada cortar o doce da cenoura.
Terminámos com um suculento bacalhau à brás, apresentado com o ovo no ponto, como manda a boa gastronomia.
Para sobremesa, provámos dois doces bastante distintos. A primeira, uma mousse de manga com lima fresca, ideal para a primavera e verão. Enquanto apreciávamos este doce cremoso, contaram-nos que a receita surgiu por acaso, num dia em que tinham acabado as sobremesas e o chef viu-se obrigado a improvisar. Os clientes adoraram e a mousse entrou na ementa, tornando-se um favorito da casa.
Como bons amantes de chocolate, terminámos a refeição com um inesquecível de chocolate, quente e polvilhado de açúcar em pó. Conseguem imaginar um final mais perfeito?
Preços e Reservas
No Bacalhau na Vila o preço médio da refeição completa é de 18€. O espaço tem uma lotação de cerca de 60 lugares no interior. Como é o único restaurante de bacalhau na vila, tem-se tornado um dos restaurantes em Sintra mais populares e recomendo que reservem com antecedência. As reservas podem ser realizadas para o +351 913 166 101.
O espaço está aberto de terça a quinta, entre as 12h00 e as 18h00. Sexta, sábado e segunda encerra às 22h00. Está encerrado ao domingo.
Restaurantes em Sintra – Localização do Bacalhau na Vila
Rua Arco do Terreirinho, 3 Sintra
Restaurante Romaria de Baco
Quando um pequeno restaurante numa ruela da vila faz fila à porta, só pode ser bom sinal. Quando, finalmente, entrámos no Romaria de Baco, e observámos o espaço, desconfiámos logo que iríamos ficar bem entregues.
Decorado com extrema atenção ao detalhe, somos envolvidos pelo ambiente intimista que a música jazz, as cores quentes e as luzes baixas nos proporcionam. Esta é uma taberna basca, um espaço pequeno com bancos e pequenas mesas juntinhas umas às outras, mas não nos podíamos ter sentido mais à-vontade.
Ao olhar para as prateleiras, só encontrámos bons vinhos. É fácil fazer a associação ao nome do restaurante. Com 6 anos de história, este foi um dos primeiros espaços de petiscos na vila. Idealizado por um engenheiro sem qualquer formação em hotelaria, foi um caso de amor: a paixão pela gastronomia e a apreciação profunda pelo bom vinho fez com que apostasse neste espaço.
A Refeição
Dizem-nos que os queijos são um dos pontos fortes deste restaurante em Sintra e começamos por aí. Trazem-nos uma trilogia de queijos de cabra: um chèvre, um requeijão, e um com ervas aromáticas. A acompanhar, pão caseiro e reinetada, a tradicional marmelada de maçã reineta. Bem menos doce do que a tradicional marmelada, é ideal para nos deixar degustar o sabor intenso dos queijos. Ainda agora começámos, e já estamos rendidos.
Os petiscos fazem parte do conceito original do restaurante e há muito por onde escolher: cogumelos recheados, polvo em tempura, fritada de mar e os mexilhões de vinagrete são algumas das especialidades. Contudo, os pratos principais cativam-nos e escolhemos duas das melhores opções apresentadas pelo chef Pedro Castro: magret de pato e lulas grelhadas.
O magret de pato vem acompanhado com esmagada de batata doce e legumes salteados. O magret vinha cozinhado no ponto, mas o que surpreendeu mesmo foi a esmagada: muito heterogénea, cremosa, e bem condimentada, foi o meu ponto alto da refeição.
As lulas grelhadas no ponto, estavam muito tenras. Vinham acompanhadas de batata cozida, brócolos e cenoura, cozidos a vapor e guardando o sabor ao máximo.
Para sobremesa, tivemos de tomar uma decisão difícil: eram todas caseiras, muito doces e com muito chocolate. Optámos pelo bolo gelado de chocolate com caramelo, que não desiludiu, ainda que a dose de açúcar fosse superior à recomendada a um corpo são. Mas quem é que quer saber disso?
Preços e Reservas
Na Romaria de Baco o preço médio da refeição completa é de 25€. O espaço tem apenas uma sala com lotação de cerca de 40 lugares. Como é um dos restaurantes em Sintra mais procurado e com um espaço pequeno, convém mesmo reservar. Caso queiram tentar reservar façam-no através do número: +351 219 243 985 ou aqui.
O espaço está todos os dias, ao almoço e jantar, entre as 11h00 e as 00h00.
Restaurantes em Sintra – Localização da Romaria de Baco
Rua Gil Vicente, 2, Sintra
Onde Ficar em Sintra: Águamel
Para aproveitar ao máximo a estadia em Sintra, ficámos na guesthouse Águamel, localizada no centro histórico. Pequeno e gerido de forma familiar, o espaço tem apenas 5 quartos, o que o torna muito acolhedor, ideal para estadias intimistas. Os quartos superiores são muito espaçosos e têm uma varanda com vista para Sintra e para a Quinta da Regaleira. Que luxo!
Além da decoração que condiz com Sintra, o que mais me surpreendeu no Águamel foi o pequeno-almoço. O pão quente e os croissants são trazidos, ainda quentes, pelo proprietário. A cozinha é ali ao lado e ele vai trazendo os pedidos dos hóspedes: ovos mexidos, torradas, café expresso. Na mesa há ainda: queijadas de Sintra, bolo de canela caseiro, pão de cereais, vários tipos de queijo e fruta fresca.
Os quartos duplo no Águamel custam a partir de 70 euros, com pequeno-almoço. O alojamento fica localizado no centro histórico. Conheçam aqui o espaço.
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