Em jeito de despedida de 2017, reuni os meus 12 momentos do ano. Foi um ano em que tive mais tempo e nao o aproveitei nada mal… Japao e Marrocos foram os pontos altos do ano, mas existiram muitos mais (pequenos) grandes momentos!

1 – A festa da primavera em Takayama, Japao

Um dos momentos mais especiais que vivi no Japao foi o Takayama Matsuri, um festival de primavera perto dos Alpes Japoneses que ocorre desde o seculo XVII. Durante dois dias em abril a pequena cidade de Takayama para para ver passar os 12 carros alegoricos tradicionais, pintados de dourado e repletos de luzes. Dentro de alguns dos carros alegoricos ha os karakuri ningyo, as marionetas tradicionais que a dado momento sao os protagonistas da festa, fazendo pequenas representacoes teatrais ao longo do cortejo.

Este foi um momento magico na minha viagem ao Japao, onde pude contactar com o mundo mais antigo deste pais fascinante ao viver uma festa popular que une milhares de japoneses de diferentes geracoes numa celebracao da renovacao da vida.

japao takayama

2 – A noite nas termas de Nyuto, Japao

Escondida nas montanhas cobertas de neve, fica a pequena povoacao termal de Nyuto. E aqui que se encontra a centenaria estancia termal Tsurunoyu, onde se banharam os grandes senhores da guerra e os samurais no seculo XVII. As batalhas ja fazem parte da Historia, mas as aguas termais continuam a receber todos aqueles que querem relaxar num refugio de montanha. Mantem-se as estruturas de madeira com seculos de existencia, os quartos tradicionais japoneses com futon e mesa de cha, as yukatas, e as refeicoes confeccionadas da mesma forma desde que se lembra.

Com varios tipos de piscinas termais, a cereja no topo do bolo foi este magnifico banho a meio da noite, em que estava completamente sozinha e apenas com silencio a minha volta. A agua fumegava acima dos 38 graus e a neve caia e desfazia-se antes de chegar a agua. Conseguem imaginar?

termas japao

3 – A noite no Deserto do Sahara, Marrocos

Em maio aceitei o convite da Marrocos.com e embarquei numa viagem ao amago do pais. Comecamos em Marrakech, como nao podia deixar de ser, mas o nosso destino final foi o deserto de Merzouga, as portas da entrada do deserto do Sahara.

Os cheiros. As cores. Os sabores. A simpatia dos marroquinos. Muito havia a dizer sobre esta viagem, mas o momento que mais me tocou foi a noite no deserto. Depois de grande parte do grupo ja ter ido dormir, eu e mais uns viajantes fora-da-lei quebramos o recolher obrigatorio e subimos a uma das dunas gigantes que envolviam o nosso acampamento. A nossa (pequena) audacia foi recompensada com a peso da imensidao do espaco e um silencio ensurdecedor. Tenho a certeza que se o meu ouvido fosse um bocadinho mais apurado, teria conseguido escutar a azafama de Marrakech.

deserto de merzouga

4 – O dia em rimos e choramos ao mesmo tempo, Caminho de Santiago

Nao fizemos muitos quilometros, mas andamos o suficiente para um dia torrido de calor nos levar ao desespero.

Tudo aconteceu entre Pontevedra e Caldas de Reis, quando ja tinhamos 3 dias de Caminho em cima. Depois de 26km, os ultimos dos quais no pico do calor, sem um pingo de sombra, de agua ou alimento, chegamos ao nosso destino. Ja nao tinhamos lugar em nenhum dos albergues, mas depois de vaguearmos pela vila quais peregrinos medievais, encontramos um pequeno hotel de estrada com um quarto livre. Os pequenos prazeres da vida sao estes. Quando o senhor da recepcao confirmou que havia uma piscina, alem de risos, houve lagrimas.

Caminho portugues de santiago

5 – A Brama dos Veados em Braganca

Voltei a Braganca depois de quase 15 anos para assistir a um momento unico: a Brama dos Veados. A epoca de acasalamento destes animais acontece entre setembro e outubro e nesta altura eles tornam-se mais atrevidos e deixam-se ver pela manha. Um momento que e dificil captar sem uma boa camara fotografica, mas que e emocionante de viver!

O bonus desta viagem foi a visita a aldeia de Rio de Onor, onde percebi porque e que foi eleita como uma das 7 aldeias maravilha de Portugal.

Parque natural montesinho

6 – De Sistelo a Branda da Aveleira, Melgaco

Este ano aventurei-me mais em percursos pedestres e este foi o caminho mais bonito que fiz em 2017. Comecamos em Sistelo e fomos subindo a serra pelo antigo caminho que era feito pelos pastores na primavera. Por esta altura do ano, levavam o gado para as brandas, aldeias temporarias onde se instalavam durante o verao para poderem ter pasto para os animais. Um caminho duro e ingreme, mas repleto de uma beleza unica. O ponto de chegada foi a Branda da Aveleira, que ainda hoje mantem as casas e ruas de pedra em plena serra da Peneda. Um tesouro de Melgaco!

o que visitar em melgaco

7 – Pego do Inferno, Tavira

O Pego do Inferno entrou para os planos quando rumei ao Algarve no verao e nao desiludiu. Sim, o pego tem muitos visitantes no verao e as autoridades municipais ainda nao encontraram uma forma de garantir a sustentabilidade do lugar, mas este continua a ser um dos locais mais belos da regiao, principalmente para quem nao gosta de estar a torrar todo o dia na praia.

Pego do Inferno

8 – A Ilha do Pessegueiro fora de epoca

Num daqueles dias de verao de outubro, assumimos as alteracoes climaticas, pegamos na tenda e rumamos a sul. Nao tinhamos destino definido, mas acabamos por ir dar um mergulho a praia da ilha do Pessegueiro. Estavamos fora de epoca e tivemos a praia quase so para nos o dia todo. As poucas alminhas que por ali andavam desapareceram com o ultimos raios de sol e pudemos jantar completamente isolados, apenas com o som das ondas como banda sonora. E simples chegar ao paraiso, nao e?

praia da ilha do pessegueiro

9 – O Fado de Coimbra

Em janeiro fui conhecer Coimbra e fiquei encantada com esta cidade tao rica em tradicoes e em historia. O melhor momento que guardo foram os dois espectaculos de fado coimbrao que assisti.

O primeiro porque o espaco transmitia uma mistica propria: localizado numa antiga igreja, o aCapella e mais do que uma sala de espectaculos: e um restaurante, e um espaco cultural, e um local de convivio. O segundo porque e um local de aprendizagem que mantem a historia viva: no Fado ao Centro podemos escutar vozes de varias geracoes e visitar a oficina de construcao de instrumentos musicais. Para repetir!

visitar coimbra

10 – Cascata da Ribeira de Sampaio, Cinfaes

A queda de agua, as pedras escuras, a luz obliqua, as folhas de outono. Tudo nesta imagem parece sair de um quadro renascentista e, por isso, nao podia deixar de falar deste local. No seio das Montanhas Magicas, fica mais um segredo da nossa beleza natural: a cascata da ribeira de Sampaio. E preciso andar 10 minutos a pe a partir da estrada para descobri-la, mas e mais do que recompensador! Soube-me a pouco e acho que em breve vou voltar a estas bandas…

cascata da ribeira de sampaio

11 – Pela Ribeira do Vascao, Ameixial

Quando ouvi falar do Walking Festival do Ameixial, fiquei curiosa. O que seria isso de um festival de caminhadas em pleno Algarve? Depois, percebi. Em dois dias juntam-se caminhadas para todos os gostos: desde a mais radical, que inclui uma parte do percurso dentro da ribeira, a familiar, com o acompanhamento de um pastor e das suas cabras. Todo o conceito gira em torno dos percursos pedestres do Ameixial, mas ha muito mais. Inspirado na Escrita do Sudoeste, existem eventos que dinamizam e promovem a cultura e gastronomia local. Em 2018, por exemplo, vao existir workshops de cozedura de pao, ioga e palestras.

Convencidos? A proxima edicao decorre no final de abril, mas o preview que tive ja entrou para os meus momentos de 2017.

walking festival ameixial

12 – A praia das Azenhas do Mar, Sintra

Com uma piscina oceanica, um pequeno areal e um punhado de bons restaurantes, a praia das Azenhas do Mar ja se tornou um cartao-postal do nosso pais. E, por sinal, fica a pouco mais de 30km de casa. Nem sei como e que fiquei tanto tempo sem vir conhecer este local, mas uma das resolucoes para o proximo ano e vir explorar mais estas bandas.

azenhas do mar

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Chamo-me Diana.Gosto de ler, gosto de escrever e tenho ganho o gosto de viajar. Decidi juntar as historias acumuladas neste espaco e chamei-lhe Contramapa. Porque nas contracapas dos meus livros existe sempre um mapa, um sitio onde ir, um local a descobrir. Aqui podem conhecer as minhas historias e viagens em livro aberto.

2replies
  1. Telma Matias
    Telma Matiassays:

    Nao fazia ideia desse festival do Ameixial, e realmente uma grande iniciativa para dinamizar o interior algarvio e levar la o pessoal que como tu dizes “nao gosta de estar a torrar todo o dia na praia” e com o qual me identifico ��� Um 2018 repleto de viagens! Beijinho

    Responder
    • contramapa
      contramapasays:

      Gostei mesmo da ideia e do espirito de quem esta a organizar isto. Ainda por cima sao muito orientados para a sustentabilidade ambiental. Eu vou tentar voltar em abril, anda dai tambem! ���

      Responder

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