Depois de uma bela dose de parques naturais no Zion National Park e no Grand Canyon National Park, partimos para Flagstaff, de onde começamos a nossa (pequena) viagem pela Route 66 até chegar à Califórnia.
Antes de tudo, fizemos uma paragem curta em Flagstaff para abastecer energia e aproveitámos para nos alojarmos num motel de estrada. Depois de tantos anos de filmes de terror de série B e cenas de acção mal amanhadas, estávamos à espera de muito pior. Mas a verdade é que, do que nos pareceu, um motel é simplesmente um hotel de 3 estrelas sem pequeno-almoço incluído.
Descanso 1 – 0 Aventura
E Flagstaff pareceu-nos uma cidade animada, com bares simpáticos e gente de braços abertos. Conhecemos apenas um casal que pensava que o Machu Picchu ficava em Portugal, mas tudo bem…
Não é uma grande cidade – tem apenas 70.000 habitantes – mas, acreditem, depois de dias entre desertos e puro mato a dormir num colchão insuflável, tudo me soube a mel! Tinha chegado à civilização. E, mal ou bem, sentia um bocadinho falta.
Adiante.
Como referi aqui, grande parte da mítica Route 66 foi desmantelada e a maioria dos troços foram descontinuados. Contudo, a parte que vai de Flagstaff (no Arizona) até Santa Monica (a paragem final, na Califórnia) é uma das melhor preservadas e isso deve-se essencialmente… ao turismo!!
Mas nós tivemos que ir ver com os nossos próprios olhos. E o que encontrámos pode não ser autêntico (não é, não se iludam), mas que é divertido, é.
Carros vintage dos anos 60. Ferro Velho. Referências a bandidos. Sinalética aleatória. Construções originais. E algumas medonhas. Elvis Presley. Bombas de gasolina transformadas em lojinhas. Mais gift shops com bugiganga. Um mergulho no kitsch. E cores… muitas cores.

Route 66 = Tacos

Eu, descontraída.
Depois desta imersão, desviámo-nos por alguns quilómetros da nossa viagem na Route 66. E fomos dar a um sítio que era muito mais parecido com a minha ideia da Route 66 do que onde tínhamos acabado de estar.
Aqui, sim, estávamos nos anos 60, altura em que a estrada se popularizou e o crime florescia. Ou, quiçá, nos 30, aquando das tempestades de areia da Dust Bowl, que levaram muitos norte-americanos a fugir dos campos no interior, rumo à Califórnia.
Bom.
Andámos pelos 113ºF – o que significa 45ºC. E não morremos assados. Vimos burros no meio da estrada que nos obrigaram a parar. Celebrámos o Natal a 30 de Agosto com cactos e árvores do deserto decoradas. (Para quê arrumar a decoração de um ano para o outro?) Respirámos pó. Transpirámos tudo o que havia para transpirar.
E fomos ter à pequena povoação de Oatman que, com pouco mais de 100 habitantes, era tudo o que eu podia ter imaginado do Faroeste. Fundada na segunda metade do século XIX para a extração de ouro, Oatman chegou a ser uma das maiores produtoras deste minério no Oeste norte-americano. Mas, com o fecho das minas, há muito que a região deixou de ser próspera… e, como muito dos lugarejos à volta, vive do turismo que a Route 66 traz.
E depois deste dia a temperaturas máximas, precisámos da nossa redenção. Fomos encontrá-la em Palm Strings. Um oásis no deserto, literalmente. Uma cidade de palmeiras, céu cor-de-laranja e estradas largas, onde não se vê vivalma a andar de pé. Tínhamos, finalmente, chegado à Califórnia.
E que melhor forma de saudar a Califórnia – essa ex-colónia espanhola que até meados dos século XIX era mexicana – que com uma margarita, nachos, guacamole e uma bela fajita? É que praticamente 40% da população deste estado é hispânica e 30% fala espanhol…
Gostaram da publicação? Abaixo podem ver o nosso mapa das últimas 3 paragens: Zion, Grand Canyon e Route 66. Vejam o Roteiro de 1 mês nos EUA e todos os posts da US Road Trip 2015, incluindo o Grand Canyon, a nossa paragem anterior. Podem também acompanhar o Contramapa no Facebook, Instagram e Twitter.
Que maravilha, já estou cheia de saudades dessa aventura! Nós não parámos em Flagstaff. Fizemos a 66 até Pertrified Forest, dormimos em Holbrook e no regresso continuámos até Joshua Tree. 🙂
Eu também fico com saudades de cada vez que publico um post, já passou tanto tempo e parece que foi ontem 🙂
Tenho mesmo pena que a Route 66 tenha sido desmantelada, gostava de a ter visto nos tempos em que era completa.
também eu, mas também devia ser uma viagem cansativa!
Oi. Sonhei para conduzir na rota 66. Que linda as fotos! Tenha um dia maravilhoso! Um grande abraço.
Obrigada! um dia ótimo também para ti!
Acompanhei todos os seus roteiros, fantástico! sou do Brasil e pretendo fazer uma viagem parecida em breve. Você de certo tem algumas planilhas de gastos, ficaria agradecido se pudesse compartilhar. Grande abraço e parabéns pela qualidade e riqueza do seu blog.
Olá Rafael! Obrigada pelo comentário! 🙂 é uma viagem fantástica, mesmo, mas custosa em termos de dinheiro. Agora estou de viagem mas envia um email para contramapa@gmail.com que para a semana te envio pode ser? Beijinho!