Depois de sairmos de Nova Orleães, começámos a nossa verdadeira road trip no interior dos Estados Unidos.

Até aqui, tínhamos viajado de autocarro e comboio pelo país, conhecendo grandes cidades: Boston, Nova Iorque, Washington D.C., Chicago, Nova Orleães (vejam aqui o roteiro da viagem de 1 mês nos EUA). Mas, a partir de Amarillo, alugámos um carro e seguimos caminho, cortando por entre o deserto norte-americano e percorrendo 3 estados num só dia: Texas, Novo México e Colorado…

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Tudo começou em Amarillo, onde alugámos o carro no aeroporto. Estávamos já na ponta do Texas, mas quisemos ter uma única e verdadeira experiência texana… e por isso fomos ao The Big Texan.

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Este é um restaurante emblemático nos Estados Unidos, onde somos recebidos por cowboys e música country. Mas não é só isso que o distingue. É que aqui é servido um bife de 72 onças (nada mais nada menos de 2 quilogramas de pura carne). E o desafio é: quem entrar neste restaurante, comer o bife de 2 quilos e todos os acompanhamentos servidos em menos de 1 hora, não paga a refeição. Mesmo coisa à americana, não é?

Curiosos? Vejam aqui o conjunto de regras que é necessário cumprir para completar o desafio!

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Apesar de já termos mais de 15 dias deste país no bucho, tivemos um raio de sensatez e nem nos atrevemos a pensar em aceitar o desafio…

Mas não pensem que ficámos mal servidos. Comemos umas costelas de novilho, com cogumelos, arroz, salada, feijão e tudo e tudo e tudo. Quem acha que só se come mal nos Estados Unidos, é porque não procurou lá muito bem! E, ainda por cima, tudo acompanhado por uma serenata do faroeste.

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Lá saímos do The Big Texan e avançámos estrada fora. Não havia muito tempo a perder, já que ainda nos faltavam 500 milhas de estrada para palmilhar nesse dia (800km, mais coisa, menos coisa).

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Entrámos rapidamente no Novo México, e começámos a ver uma paisagem cada vez mais agreste, com planícies extensas a perder de vista e desertos saídos de um episódio de Breaking Bad. Quase que vi a caravana do Walter e do Jesse lá ao fundo.

Neste troço até Albuquerque e Santa Fé, fizemos parte do troço da Route 66. Acontece que a mítica estrada foi oficialmente desmantelada nos anos 80 e uma parte dela encontra-se, até, abandonada. Aqui, no Novo México, foi construída uma auto-estrada mesmo ao lado, em paralelo. Mas, mesmo assim, conseguimos fazer um desvio para pisar a verdadeira Route 66 e tirar algumas fotografias nas bombas de gasolina descontinuadas.

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Route 66 – Versão Completa (troços a vermelho são aqueles que nós fizemos)

Conseguem imaginar as famílias em fuga na década de 30, a tentar escapar da Grande Depressão e do Dust Bowl? Conseguem imagem Jack Kerouac, Neal Cassady e outros da geração beat nos anos 50 em busca da liberdade?

Muito calor, quilómetros e quilómetros de estrada e o alcatrão em brasa. O horizonte vê-se para lá de uma linha recta tão perfeita, que nos parece uma miragem. Estamos a entrar na América profunda. Fora das grandes cidades, que até agora tínhamos conhecido, e pelas small towns adentro. Esta é a América hospitaleira. A América em busca da terra prometida. Das oportunidades, e do self made man. A América da propriedade privada. Das belezas naturais e do pensar em grande. Porque tudo é em grande. É tudo a perder de vista. E é também a América temente a Deus. A América isolada. A América conservadora que quer continuar a ter direito à posse de arma. A América de contrastes onde, a cada quilómetro, e à medida que nos aproximamos da Califórnia (ainda bastante longe), o sotaque espanhol fica mais carregado.

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Depois de atravessar as terras quase desertas do Novo México, chegámos ao final do dia a Durango, já no Colorado. 8 horas de viagem num primeiro e duro dia de road trip. Seria esta pequena cidade de 17.000 habitantes o nosso ponto de partida para a San Juan National Forest, para onde arrancámos no dia seguinte…

Vejam o Roteiro de 1 mês nos EUA e todo os posts da US Road Trip 2015. Podem também acompanhar o Contramapa no Facebook, Instagram e Twitter.

Chamo-me Diana.Gosto de ler, gosto de escrever e tenho ganho o gosto de viajar. Decidi juntar as histórias acumuladas neste espaço e chamei-lhe Contramapa. Porque nas contracapas dos meus livros existe sempre um mapa, um sítio onde ir, um local a descobrir. Aqui podem conhecer as minhas histórias e viagens em livro aberto.

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