O bairro de Santa Teresa retirou o nome do convento das Carmelitas, foi fundado nessa zona em 1750. O bairro manteve-se isolado das areas urbanas da cidade durante decadas. So no final do seculo XIX e que o bairro comecou a crescer, quando a producao de cafe disparou e os grandes industriais comecaram a construir aqui grandes mansoes de inspiracao classica, que ainda hoje sao visiveis pelo bairro que fica no topo de uma das colinas do Rio de Janeiro.

Santa Teresa - Rio de Janeiro

Depois desta epoca dourada, as favelas a volta comecaram a crescer e Santa Teresa entrou em decadencia, com as familias mais abastadas a mudaram-se para os bairros de Ipanema e Leblon, junto a praia. A partir dos anos 70, Santa Teresa comecou a revitalizar-se pouco a pouco, com a chegada de artistas e intelectuais, que deram cor e musica ao bairro. Hoje em dia esse processo continua, sendo que existem pelas ruas inclinadas e aos ziguezagues (que fazem lembrar Lisboa) uma grande variedade de restaurantes alternativos e hostels para backpackers.

Santa Teresa - Rio de Janeiro

Pronto. Eu nao fiquei num hostel em Santa Teresa.

(Fiquei antes no Hotel Royal Tulip na zona burguesa de Sao Conrado. Mas nao me atirem ja uma pedra que nem por isso fui mais feliz num hotel de 5 estrelas. A minha fechadura do quarto estava partida, tinha o teto da casa de banho negro, e a porta da varanda partida de tal modo que ouvia o barulho da rua durante toda a noite. Reclamei na recepcao e mesmo tendo ficado hospedada no hotel durante mais de uma semana, ninguem veio arranjar nada… Valeu pela vista e pela piscina.)

Santa Teresa - Rio de Janeiro

Mas adiante. Andei por Santa Teresa durante o dia e almocei por la no Restaurante Rustico, na Rua Pascoal Carlos Magno, que fica no centro do bairro, numa das ruas onde passa o eletrico, ou bonde, como dizem os brasileiros. Mais do que pela refeicao, o espaco conquista pela onda alternativa e pela mobilia reaproveitada. Depois de uma refeicao leve, descemos ate a Lapa para conhecer o Aqueduto da Carioca ou Arcos da Lapa… mais reminiscencias de Lisboa!

Depois de ter sido utilizado durante mais de cem anos para o seu fim original, no final do seculo XIX os Arcos da Lapa comecaram a ser utilizados para transportar o eletrico, levando ainda hoje os passageiros ate ao topo de Santa Teresa.

Arcos da Lapa - Rio de Janeiro

Depois deste passeio pelo Centro do Rio de Janeiro em que as lembrancas de Lisboa foram muitas, foi tempo de esquecer o Velho Continente ao subir o Pao de Acucar. Quer seja pela admiravel vista das praias e de todo esse gigante que e o Rio, quer seja pelos amiguinhos que la fiz, que passo a apresentar abaixo:

Amigo #1 - Macaquito do Pao de Acucar

Amiguinho #2 - Lagartinho do Pao de Acucar

E. Uma pessoa ate se esquece que esta no outro hemisferio. Depois encontra estes amiguinhos e lembra-se logo que e um pais tropical.

Claro esta que para subirmos la acima fomos num teleferico apinhado de turistas. A unica razao por que me meti la dentro foi porque as horrorosas caixas de metal com corda tinham escrito “Made in Switzerland”, o que me deu um bocadinho de confianca, va. Sei bem que quem me conhece esta neste exato momento a imaginar a minha cara de panico ao subir os quase 400 metros de altura. Mas nao, nao vou publicar aqui nenhuma prova do meu momento de terror completamente irracional (porque os telefericos sao, na verdade, bastante modernos e seguros). Apenas da vista linda la de cima.

Vista do Pao de Acucar - Rio de Janeira

E imaginem voces que o meu colega de trabalho, depois de termos subido tudo, me tentou desafiar a andar de helicoptero. Quanta ingenuidade.

Mesmo sem voos adicionais, a subida do Bondinho do Pao de Acucar (inaugurado em 1912, o terceiro teleferico do mundo), fechou a tarde e, tambem, o ultimo dia do Rio de Janeiro… A despedida foi depois, no Parque Lage, mas isso ja contei aqui.

Sao Conrado - Rio de Janeiro

Chamo-me Diana.Gosto de ler, gosto de escrever e tenho ganho o gosto de viajar. Decidi juntar as historias acumuladas neste espaco e chamei-lhe Contramapa. Porque nas contracapas dos meus livros existe sempre um mapa, um sitio onde ir, um local a descobrir. Aqui podem conhecer as minhas historias e viagens em livro aberto.

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