Da experiencia que tive durante os 10 dias de viagem, Cuba e um pais dificil de domar. Primeiro foi o filme de chegar ao Hotel e nao ter reserva, depois os problemas para chegar a Matanzas… claro que Havana nao podia ser facil!

Cuba Varadero

Bom, comecando pelo principio. Com todo o meu otimismo (tenham la paciencia, ja me habituei ao Acordo Ortografico) de turista da vida airada, dirigi-me a primeira hora da manha ao terminal da Via Azul – a rede de transportes rodoviarios de Cuba mais fiavel. Louca, ingenua, estupida, aquilo-que-me-queiram-chamar, mas nao fiz a reserva online no site e achei que seria peanuts chegar meia hora antes da saida do autocarro, comprar bilhete e seguir caminho. Pois, mas nem tudo funciona como a Rede de Expressos. Principalmente na primeira semana do ano. Em Cuba.

Mas nem tudo podia correr sempre mal. No terminal de autocarros, acabei por conhecer um canadiano-grego que conhecia Cuba como a palma da mao e com ele fomos tentar arranjar alguem que nos levasse de carro a Havana. Depois de alguma espera, la apareceu um cubano num carro com mais de 50 anos, que se ofereceu para nos levar ao nosso destino, a um preco mais simpatico do que o autocarro. Perfeito.

O motorista ate se tornou o nosso DJ e mostrou-nos durante todo o caminho os classicos de musica cubana, para alem do “Hasta Siempre, Comandante Che Guevara”. Mas nao se enganem: nas ruas o que os cubanos ouvem e mais reggeaton.

Chegada a Havana, fui explorar o Havana Vieja – centro historico da cidade – comecando pela Plaza de Armas, onde se encontram uma boa parte dos monumentos historicos da epoca colonial. Comecei por entrar no Castillo de la Real Fuerza, um forte virado para o Porto de Havana, que se tornou num museu da historia da cidade e da sua construcao naval.

E um otimo ponto para comecar a visitar a cidade, ja que ficamos logo com a nocao da importancia que Havana teve na epoca colonial, quer na construcao de navios, quer na protecao das embarcacoes que vinham de outras colonias espanholas. Basta olhar para um mapa para compreender a posicao estrategica que a cidade ganhou na altura, sendo um ponto de passagem obrigatorio em muitas rotas!

Castillo de La Real Fuerza / Havana

Claro que, mal chegada a Havana e ainda antes de sair do Castillo de la Real Fuerza, entrei num esquema para pagar propina – ou seja dar gorjeta. Quem va a Cuba, que se prepare: uma grande parte dos cubanos tenta prestar favores aos turistas, para depois pedir dinheiro em troca. A mim, aconteceu-me ainda dentro do Castillo. Uma das segurancas do forte perguntou-me, toda simpatica, se eu queria aceder a Torre principal. Segui-a ate ela me mostrar um patio interior com vista para o Porto e dois minutos depois estava a pedir-me uma propina. Depois de lhe dar alguma coisa, ainda me pediu que lhe desse a minha maquilhagem…

Depois de passearmos na Plaza de Armas, onde uma especie de feira da Ladra esta constantemente montada, rumamos a Bodeguita del Medio. E um espaco cheio de turistas, mas com muito carater! Desde as paredes pintadas de azul cobertas de frases nas paredes, a musica e a multidao do lado de fora porta, ao estilo dos senhores que servem ao balcao e a espontaneidade dos musicos que tocam ao vivo. E, claro, a boa comida que servem!

Bodeguita del Medio - Havana

A Bodeguita del Medio tornou-se famosa pelos clientes que recebeu ao longo dos anos – Ernest Hemingway, Pablo Neruda, Salvador Allende, entre outros – e pela bebida que se diz que foi pela primeira vez feita aqui: o Mojito. O bar abriu em 1942, sendo que o nome que hoje adopta foi oficializado em 1950. Desde entao tornou-se num local preferido de intelectuais e personalidades de esquerda, tendo-se tornado famoso a escala mundial.

Bodeguita del Medio - Havana

Beber um mojito neste bar e uma experiencia obrigatoria, mas o que eu aconselho mesmo e chegar a hora de almoco ou jantar e comer um dos pratos tipicos cubanos: a Ropa Vieja. Uma refeicao pesada com muita carne de vaca, pimentos e molho, acompanhada tipicamente de arroz e feijao. Depois disto e de dois mojitos, so uma sesta. Mas eventualmente seguimos caminho…

Bodeguita del Medio - Havana

Bodeguita del Medio - Havana.

Ao final da tarde fomos conhecer o Malecon, que e uma especie de paredao junto ao mar. Encontramos uma luz lindissima para admirar os monumentos pre-revolucao cubana. Esta hora do dia e tambem ideal para sentir o quotidiano do caribe.

Malecon - Havana

Encontramos pescadores que se juntam ao final do dia para beber uma cerveja e pescar o jantar, vimos casais que vem namorar para as ruas ao fim do dia e, no inicio da noite, o Malecon tornou-se o centro da vida social dos cubanos, com a avenida cheia de gente a ouvir musica, conversar, beber e comer na rua.

Malecon - Havana

Foi enquanto caminhei de volta para o hotel nessa noite que me senti menos intrusa em Havana, lado a lado com outros cubanos, a comer chatinos (banana frita) a um decimo do preco que se encontra no centro durante o dia. Assm, e bom conhecer Havana!

Malecon - Havana

Leiam aqui sobre as Vantagens e Desvantagens de Cuba como Destino e sobre a minha experiencia: Chegada a Varadero, Um dia em Matanzas e Segundo Dia em Havana.

Chamo-me Diana.Gosto de ler, gosto de escrever e tenho ganho o gosto de viajar. Decidi juntar as historias acumuladas neste espaco e chamei-lhe Contramapa. Porque nas contracapas dos meus livros existe sempre um mapa, um sitio onde ir, um local a descobrir. Aqui podem conhecer as minhas historias e viagens em livro aberto.

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