O drama. A tragédia. O horror.
O início da nossa viagem de Passagem de Ano a Cuba começou com o pé esquerdo. A ideia de fugir ao inverno europeu depois do Natal e passar o ano num país caribenho de barriga ao sol pareceu-nos um sonho, mas a brincadeira começou mal.
Depois de ter aproveitado uma autêntica pechincha para a Turquia através da Logitravel, decidi voltar a experimentar o género “pacote avião-hotel”, e lá metemos o rabo num charter lowcost em Madrid. Mas antes de chegarmos ao aeroporto de Barajas, as decisões menos felizes já tinham começado…
Sabiam que a CP – Comboios de Portugal tem partidas diárias de Lisboa para Madrid no Lusitânia Comboio Hotel? Eu não, achei o nome pomposo (hotel?!) e resolvi poupar uns trocos e experimentar pela módica quantia de 24,20€ – viagem de ida. Saímos de Santa Apolónia pelas 21h25 e foram as 10 horas de viagem mais dolorosas de sempre.
O comboio era barulhento, os assentos eram desconfortáveis e parte deles estavam partidos. Foi impossível passar pelas brasas durante quase todo o caminho – mesmo indo eu equipada com o meu kit maravilha: phones, almofada e venda para os olhos. O comboio parava em todas as capelinhas (imaginem, 10 horas de viagem…) incluindo Entroncamento, Caxarias, Pombal, Coimbra, Santa Comba Dão, Mangualde, Celorico da Beira, Guarda e Vilar Formoso, só em Portugal.
Mas sobrevivemos. Chegámos à estação de Chamartín em Madrid, esperámos que a farmácia abrisse (fiquei doente durante a viagem – outro mau presságio que por ora não vale a pena partilhar) e apanhámos a ligação para Barajas. Fomos num charter lowcost da Evelop até Havana sem percalços de assinalar, exceto a partilha comunitária de um ecrã por cada 9 ou 12 pessoas para ver um filme manhoso, quiçá ainda dos anos 90. Mas foi apenas quando chegámos ao Hotel Cubanacan Tuxpan que conhecemos o verdadeiro significado das palavras do Artur Albarran…
Não é que ao tentarmos fazer o check-in no Hotel, a recepcionista recusou-nos a entrada porque não tinha recebido a nossa reserva da agência? Pois, até parece um problema administrativo normal, mas o problema foi que a senhora (para não chamar outro nome) nos recusou MESMO a entrada. E também se negou a contactar a Logitravel. E também não se dispôs a ligar à agência intermediária (Quélonea – NUNCA MAIS!), à qual a Logitravel tinha comprado o serviço. Neste pacote, a Logitravel funciona como agregador de ofertas de outras agências de viagens e, por isso, descartou-se logo de qualquer responsabilidade. A Quélonea, que de facto tinha vendido o serviço, descartou-se igualmente de qualquer tipo de apoio.
Conclusão: depois de uma viagem de 10 horas de comboio, 12 horas de avião e mais 2 de autocarro para chegar de Havana a Varadero, tivemos de esperar 4 horas no Lobby do Hotel Cubanacan Tuxpan e gastar uns 40€ dos nossos próprios telemóveis para não sermos expulsos do hotel…
E pensam que o problema ficou resolvido?
Pois, só que não.
No dia seguinte, uma promotora da Quélonea veio ter connosco de manhã numa postura completamente comercial para nos vender excursões, como fazem com todos os turistas. E adivinhem: ela não tinha conhecimento de qualquer problema! Depois de perdermos tempo da nossa viagem para lhe explicar o sucedido, lá foi falar com a gerência do Hotel e percebeu que, para mal dos nossos pecados, o Hotel estava esgotadíssimo e que não tinham quarto para nós para a noite da passagem de ano…
Mais uma vez, tivemos que armar barraca para que nos assegurassem que continuaríamos no Hotel – e isto só acabou por acontecer dois dias depois. Entretanto, andámos nós com planos de roubar lençóis e improvisar uma tenda no meio da praia para celebrar a passagem de ano.
E mais: quando regressámos de férias, fiz com toda a calma uma reclamação à Logitravel que tratou mais uma vez de empurrar a responsabilidade para cima da Quélonea. Claro está que nem uma agência nem outra me devolveram 1 tusto pelo tempo perdido ou pela preocupação. Apenas se disponibilizaram a pagar as chamadas telefónicas realizadas, e pediram ainda que eu lhe enviasse a fatura das chamadas!
Resumindo e concluindo, lição aprendida:
Logitravel
A empresa espanhola assume-se como uma “agência de viagens online”, mas trabalha grande parte da sua oferta com operadores terceiros. Se estiverem a equacionar comprar uma viagem através deste site, não se esqueçam de se informarem qual é a operadora que a Logitravel vos está a vender.
Independentemente da operadora com quem a Logitravel trabalha, tenham sempre em mente: isto é uma empresa com preços competitivos porque é uma agência focada no segmento lowcost. Quando compram um pacote neste site, em geral, os hotéis não são os melhores, o serviço de apoio e contacto a cliente não é perfeito e a empresa tem táticas promocionais e de venda agressivas.
Posto isto, e se se identificarem com este segmento “pacote lowcost”, encontram promoções ótimas no site, principalmente nas ofertas de “voo + hotel” para destinos tradicionais de pacote de viagens, como o Caribe, em que comprar isoladamente um voo não compensa em termos financeiros. É o que eu faço e, nestes casos, a Logitravel acaba por compensar bastante. A minha experiência anterior com a Logitravel em que fui à Turquia (voo+hotel+autocarro) foi uma autêntica pechincha e correu tudo bem.
Quélonea
Foi a operadora espanhola com a qual viajei através do pacote voo+hotel, comprado através da Logitravel. Portanto, dada a experiência medonha que tive, não voltarei a comprar.
Não, tem tudo foi mau em Varadero. As fotografias assim o comprovam. As praias são ótimas, a água está a uma temperatura ideal (ligeiramente mais quente que um Algarve no pico de Agosto) e Cayo Blanco é simplesmente um paraíso.
Como foi o resto da viagem? Leiam o sobre as Vantagens e Desvantagens de Cuba como destino, Um dia em Matanzas, Primeiro dia em Havana e Segundo dia em Havana.
Nossa!! Que pesadelo!!! hahaha,,,,
Talvez a escolha da data, e porque não, um país complicado e diverso da realidade – do resto do mundo. ;haja perseverança!!!
Sim! Ser passagem de ano teve muito a ver com a experiência menos boa… mas penso que não só. 🙂