Arrivederci Erasmus. Na despedida do meu Erasmus em Barcelona em Março de 2009, decidi lançar os meus últimos foguetes e ir numa viagem de uma semana para Itália. Fui sozinha, mas não tive de preparar muito a viagem, já que fiquei com amigos em Bologna e Florença. Marquei apenas a viagem de ida e volta para Milão e não pensei mais no assunto…
Chegada a Milão, fiquei apenas uma noite para um visita rápida e parti no dia seguinte para Bologna, cidade académica cheia de luz e vida em cada recanto. A cidade é pequena e a melhor forma de conhecê-la é entre copinhos de spritz – a bebida alcoólica típica da zona nordeste de Itália. Tratando-se de uma mistura de licor (da casta Prosecco) e água com gás, com uma rodela de limão ou laranja, é uma bebida fresca e ideal para o início da primavera.
Viagem a Bologna: Os 7 Segredos de Bologna
Se quiserem acompanhar a bebida com um passeio, a segunda melhor forma de conhecer a cidade é descobrir os 7 Segredos de Bologna (há quem diga que são nove, mas coloco aqui a versão que me foi contada na cidade por quem lá vivia). Ou Sete Mitos, já que de secretos têm muito pouco! Não existem fontes oficiais dos segredos, e as histórias por trás de cada um deles podem até não ser verdade, mas é uma forma gira de conhecer a cidade. Caros, estamos perante a origem do geocaching moderno! Fica a dica de viagem para Bologna…
1. Canabis Protectio: Canábis é protecção
No final da Via Indipendenza (construída em 1888), quase a chegar à Piazza Maggiore, podemos ver no teto da arcada e no chão as palavras “panis vita, canabis protectio, vinum laetitia”: pão é vida, canábis é protecção, vinho é diversão. Parece que os pintores da altura eram fãs de um belo cházinho recreativo. Aqui fica a minha memória do tecto:
2. A Fonte de Neptuno
Alguns metros à frente, em plena Piazza Maggiore, ergue-se uma estátua de Neptuno de meados de século XVI. Reza a lenda que o cardeal responsável pela construção pediu ao escultor Giambologna para tornar o deus romano menos avantajado porque… coiso e tal… a Igreja é púdica. Mas o Giambologna trocou-lhe as voltas: se observarmos a estátua de trás – num ângulo visível da Sala Borsa – podemos ver que o deus romano está com uma grande tesão. Pumbas no cardeal. Quando fui ver este segredo estava a chover, portanto deixo-vos uma fotografia da WikiCommons:
3. O canto dos segredos no Palazzo del Podestà
Nos cantos da Torre de Arengo no Palazzo del Podestà podemos passar segredos a quem se encontra na intersecção diagonal. Se nos encostarmos a uma das esquinas, aquilo que dizemos baixinho pode ser ouvido na esquina diagonal, a alto e bom som. De acordo com o mito, a Torre de Arengo foi criada com este propósito para que os leprosos se pudessem confessar… Também têm direito.
Não guardei foto do momento, mas basta procurarem pela Torre de Arengo no Palazzo del Podestà:
4. A pequena Veneza
Ainda que seja visível apenas em partes da cidade, Bologna está construída sobre uma rede de canais que datam do século XII, muito à semelhança de Veneza. Na Via Piella existe uma pequena janela, onde podem espreitar para o Canale delle Moline. Chamam a este canal “Pequena Veneza” porque é considerado o mais belo e o mais parecido com Veneza. Peço desculpa aos meus leitores, mas os meus dotes subdesenvolvidos de fotografia não conseguiram captar essa beleza:
5. As Setas de Strada Maggiore
Na entrada de Corte Isolani, em Strada Maggiore, está guardado outro segredo. A entrada foi construída em vigas de madeira em meados do século XV e hoje em dia existem 3 setas espetadas no tecto. Conta a lenda que foram lá colocadas por três ladrões que se preparavam para assaltar um fidalgo, mas que foram distraídos por uma rapariga nua que apareceu à janela. Os italianos e os rabos de saias, já se sabe… Eu não consegui ver as setas, mas fica aqui a prova de que existem:
6. O vaso partido no topo da Torre Asinelli
Supostamente, se subirmos uma das torres de Bologna, conseguimos ver um vaso partido no topo. Eu, preguiçosa, não subi a escadaria da torre para confirmar a veracidade da coisa – limitei-me a tirar uma fotografia à Torre. Inclinada, como a de Pisa…
7. Pão é Resistência: “Panum resis”
O último segredo de Bologna é mesmo um mito. Eu não o consegui descobrir e os relatos que encontrei assemelham-se mais a uma lenda da universidade fundada em 1088. Reza a história que a expressão “panum resis” – que significa pão é resistência – está escrita debaixo de uma das mesas da Universidade, representando o espírito da cidade académica, fundada em torno da sabedoria. Com tantas mesas espalhadas pela universidade, este último segredo é o mais difícil de encontrar e apenas os peritos do Geocaching o conseguirão encontrar…
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Boa noite. Gostei muito deste site, é giro e da para perceber bem que adora viajar como eu. De Itália só conheço Roma, mas toda a Itália deve ser linda, beijinho.